terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O QUE É IMPORTANTE NESSE PAÍS?


TV’s, jornais, revistas e rádios ecoam o acontecimento e deixa todos perplexos. Ficamos surpresos, chocados e consternados com o ocorrido na madrugada do dia 27/01/2013 em Santa Maria - RS.

Pensei bastante antes de escrever. Não quero proferir comentários sem propósitos, pois não tenho informações suficientes para concluir algo e nem penso em chegar a alguma conclusão. Apenas externalizar sentimentos em palavras.

Certamente cai em tristeza e ao mesmo tempo em pensamentos reflexivos. Há algum tempo não acredito mais nesse país. Vejo a cada dia minha esperança sendo diluída nos acontecimentos absurdos.  No Brasil quase tudo é possível e nada é IMPORTANTE! Valores obscuros, pessoas matam e morrem por coisas simples, CPI vira reality show e celebridades ganham IMPORTÂNCIA. Aquilo que não é possível, porém IMPORTANTE é uma educação com um mínimo de qualidade, respeito ao próximo e uma vida digna.

É curioso como na tragédia nos damos conta de maneira concreta como tudo está terrivelmente errado. Esquiva-se da legislação para acelerar empreendimentos, descaso por parte das empresas em relação aos seus funcionários/clientes/consumidores, alguns políticos extremamente esforçados em desenvolver projetos que aumentem os zeros em suas contas privadas, assim como, o hábito duvidoso da sociedade em desrespeitar o próximo em busca de benefício próprio. Talvez o caso Santa Maria seja o resumo trágico do nosso cotidiano.

Pode ser que meus pensamentos sejam equivocados. Contudo, não acredito mais no verde, amarelo, azul e branco da nossa cultura considerada tão genuína, mas que no dia a dia se mostra tão perversa. Nesse momento, quero qualquer coisa menos a “brasileiridade” onde a palavra IMPORTÂNCIA não faz o menor sentido.

Aos meus amigos de Santa Maria e, principalmente, aos familiares que tiveram seus entes feridos e/ou perdidos. Em nome de todos que escrevem e fazem parte do CHOCOLATE E OUTRAS COISAS deixamos sinceras condolências e um forte abraço. E eu, George Barros dos Santos, peço desculpas por ser brasileiro.




domingo, 20 de janeiro de 2013

O sexo privilegiado

Estive neste domingo a vasculhar papeis antigos. Papeis há muito guardados em pastas empoeiradas dentro dos armários. Decidi que era hora de separar o velho do novo, o novo do antigo, e o antigo do desnecessário.
Encontrei de tudo: apostilas de faculdade, redações de colégio, notas fiscais, boletos, faturas, comprovantes de pagamentos, cartas bancárias, cartas missivas, bilhetes, fotos... minha vida dentro do armário. E finalmente cheguei naquela parte onde revisitamos os recortes de revistas e jornais que, nos anos pretéritos, achamos interessantes.
Sempre me interessei em questionar o óbvio. Não por ser chato, questionador, ou querer fazer tipo. Mas o óbvio, o óbvio muito óbvio, sempre me despertou a sensação de estar me aproximando de uma armadilha. Imagina a tragédia que seria se o óbvio não fosse tão real assim?
E se a água faz mal? E se a medicina atrapalha mais que ajuda? e se formos mais insignificantes do que supúnhamos? 
Jamais devemos aceitar sem questionar. Questionar não é negar, não é rebater, não é rejeitar. Questionar é mastigar antes de engolir. Só isso. E se fazemos isso com água e comida, acho que podemos fazer com tudo o mais.
Voltemos às revistas. Estava diante de um recorte da revista Veja.
Na edição do dia 1 de outubro de 2003, o escritor israelense Martin Van Creveld falou à revista Veja, na entrevista "O sexo oprimido", sobre o livro "O sexo Privilegiado". Neste livro, ele defende, com base em dados históricos e estatísticos, que o verdadeiro sexo frágil é o MASCULINO. Eis algumas de suas afirmações:

1 - "Como todo mundo, eu achava que os homens realmente oprimiam as mulheres e queria descobrir como era possível que essa situação pudesse persistir por milênios. Só depois descobri que as evidências não davam suporte à minha tese e que, na verdade, são as mulheres o verdadeiro sexo privilegiado"
2 - "Os homens não podem existir sem as mulheres. Já as mulheres, enquanto houver um único doador de sêmem, podem existir sem os homens".
3 - "É inegável que os homens são tratados com mais rigidez na educação infantil e perante a justiça, além de estarem sempre prontos para morrer pelas mulheres em tempos de guerra... ou paz".
4 - "Ao contrário das mulheres, em raríssimos casos, apenas, o homem podem optar se vai trabalhar ou não. Mesmo nos dias de hoje, as tarefas mais pesadas e sujas são masculinas".
5 - "Não há população onde os homens vivam mais que as mulheres".
6 - "Mulheres não são dispostas a sustentar o companheiro. Nos EUA, 10% das mulheres ganham mais que o marido, e nesses casos o índice de divórcio é altíssimo".
7 - "Quando garotos choram, são desprezados. Quando garotas choram, são consoladas".
8 - "A vida dos homens sempre foi mais difícil. Tinham que produzir e dar, e as mulheres reproduzir e receber".
9 - "Em tempos de guerra, as maiores vítimas não são as mulheres e crianças. São os homens, que morrem em muito maior numero".
10 - "No grupo de pessoas de QI > 180, a proporção é de uma mulher para 7 homens".
11 - "Homens são descriminados em todos os benefícios sociais. Devem trabalhar mais pra se aposentar, o sistema publico e privado de saúde são mais benevolentes e interessados na cobertura de doenças femininas, como cancer de mama".
12 - "Não há nada que prove que os homens tenham menor capacidade de amar que as mulheres. Contudo, em qualquer pais ocidental, é quase impossível para um pai divorciado conseguir a guarda em igualdade de condições".
13 - "As feministas dizem que todo homem é um estuprador em potencial. Mulheres, por passarem mais tempo com os filhos, matam mais crianças. Alguém diz que toda mulher é uma infanticida em potencial?"
14 - "Pesquisas mostram que nos EUA o numero de agressões entre homens e mulheres é igual, na faixa de 25% pra cada. Em 50% dos casos, a agressão é mutua".
15 - "Na inglaterra e EUA, mulheres recebem menos condenações que os homens por um mesmo crime, e penas menores".
16 - "O homem é o jumento da casa, como diz o provérbio (...) Há movimentos para defender os homens em caso de franca discriminação, como nos divórcios, nas falsas acusações de abuso físico e sexual ou de violência doméstica".

O exposto não é necessariamente minha opinião, até mesmo porque não li o livro. Mas sempre é válido olhar o outro lado da moeda. Sempre é válido mastigar antes de engolir.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Ética em finanças


Há algum tempo que eu pensei em escrever sobre ética em finanças, mas pesquisando pela NET achei um artigo que basicamente expressou boa parte dos meus pensamentos sobre esse tema. Então resolvi compartilhar com vocês e iniciar uma boa discussão.

Jogo de interesse, atender os interesses do cliente versus atender os interesses da instituição, andar sobre o capitalismo de pés calçados e tentar manter as mãos limpas, gostar de dinheiro mas saber colocá-lo no seu devido lugar, sem corromper seus valores mais essenciais, sem perder o respeito ao ser humano. Parece um discurso longe demais dos bancos e instituições financeiras, mas ainda procuro uma forma de montar na minha cabeça um modelo perfeito de relação ganha x ganha. Romantismo? Utopia? Ingenuidade? Talvez, mas os grandes homens que moldaram o mundo também tinham suas visões edificantes depreciadas.



ÉTICA EM FINANÇAS


Como podemos acomodar ética e finanças?

O que é ser ético do ponto de vista dos administradores empresariais dos acionistas, dos empregados, dos consumidores e dos legisladores?
Este artigo não tem a pretensão de responder perguntas e repostas, seu objetivo principal é aguçar e provocar o pensamento sobre esse assunto.
Até o final da idade média acreditava-se em um absolutismo ético. Aristóteles acreditava que as pessoas buscavam o que era bom.. Para evitar o relativismo implícito em seu ponto de vista ele dividiu os desejos em naturais e adquiridos. Naturais eram sempre bons, não poderia haver erro ao desejá-los. O problema da construção genial de Aristóteles surge com os desejos adquiridos tudo para dependê-la do “bom julgamento moral diferenciação entre certo e errado”.
Aristóteles aponta três virtudes que devem ser cultivados para alcançá-lo. Ter perseverança. Coragem e justiça.
Possuindo tais virtudes o agente teria um comprometimento no sentido de que o que lhe conviesse fosse igualmente bom para os outros.
Emst Gilhrer (1995) ao abordar as diferenças de opiniões entre relativistas, fundamentalistas e aos que chama “puritanos do iluminismo” aponta o papel fundamental de tias diferença, em uma sociedade liberal por facilitar uma mistura de convicções e tolerância.
Santos (1991) diz que “... ao complicarmos o espaço ou dimensão da Ética, a predominância da social mais e mais se evidencia”.
Evidenciam-se também as feições seletivas ou até elididas da Ética Individual.
Este autor explica que todas abordagem da ética dever via uma dialética histórica que considere o caráter mutável e evolutivo dos valores.
Por outro lado, embora com valores distintos, é possível que um povo compreenda e respeite os valores dos outros.
A ética é criada, construída socialmente no coletivo. O problema da ética surge em função da dificuldade em definir-se bem e mal e da vida em grupo.
Simples “tudo que este individuo considerar bom para si, será bom e, automaticamente ético”.
Membros compartilhando o mesmo espaço a existência de uma ética a ser seguida. A ética aqui representa uma restrição à liberdade individual, representa normas sociais em geral.
Para a sociedade hodierna, a ética comparativa tem cada vez maior importância, a multiplicidade uma homogeneização da dimensão ética do gênero humano seja impossível o que importa é que a maioria das sociedades há valores que estão de acordo com os da outra.
O processo da globalização de uma economia em cursos é com toda certeza um dos acontecimentos mais significativos dessa segunda metade de século. Não financeiros embora tendo sido os primeiros a se integrarem a nível global constituam até o momento o principal fator de risco para o processo.
As questões éticas permeiam todas as atividades humanas, mesmo porque os indivíduos sempre tem uma dimensão moral. A área financeira é reconhecida um território de mentes quantitativas, o tio de ambiente onde a melhor expressão da ars gratia artis é um polpudo saldo bancário. E esse ponto de vista é válido porque um financista que não ganha dinheiro, não é um bom acionista e ninguém irá querer que esse venha administrar algo.
Vivemos em uma sociedade capitalista e consumista, nada mais a dizer, com raras e, porque não dizer, belas, necessárias e comoventes exceções.(Madre Tereza)
As pesquisas cientificas de caráter ético em finanças não são exatamente comuns, a preocupação tem se concentrado bastante sobre a regulamentação do mercado de modo a lhe garantir um mínimo de credibilidade bem como em estabelecer limites de exposição para os diversos agentes em função do risco sistêmico. Existe também um crescente interesse em avaliar o desempenho dos fundos e de investimento com preocupação humanitárias ou fundos éticos em contraste com outros fundos e com índices de mercado e em saber se atitudes éticas e/ ou socialmente responsáveis levadas a cabo pelas empresas são legitimadas dentro do conceito de maximização da riqueza dos acionistas; bem como há uma grande preocupação em suavizar as arestas nos conflitos de agência entre corretores, investidores e firmas corretoras.

Causas do interesse por ética em finanças

- Pressão dos consumidores;
- Melhorar a produtividade e o serviço aos clientes;
- Competitividade (ser ético é uma estratégia de marketing)
- Mudanças nos valores da sociedade (pessoas primeiro, lucro depois); e
- Temor de dano monetário e na reputação por procedimento não ético.


Pessoas capacitadas para agirem

- Criar grandes barreiras de entrada;
- Promover um programa de educação continuada para os profissionais, e:
- Possuir um processo de fiscalização e julgamento claros, que puna os transgressores.


“Cedo ou tarde todos falham em agir eticamente.”

Princípios para Ética em Finanças


Para que haja ética em finanças há passos a serem seguidos:

- O Papel das Virtudes:
“A virtude é uma qualidade humana adquirida, cuja posse e exercício tentem a permitir-nos alcançar aqueles bens que são internos” Alasdair

- O Papel da Comunidade:
Na ética da virtude, a racionalidade é uma racionalidade compartilhada, com uma concepção compartilhada daquilo que é realmente desejável em todo esforço humano.

- O Papel do Julgamento Moral
A ética da virtude rejeita a abordagem caçada em regras para a educação moral. A ética da virtude é um processo em busca da excelência, que admite a manutenção ou quebra de regras desde que conduzam a excelência. Neste contexto seguir o aparato legal não deve ser visto como uma atitude necessariamente ética, mas sim como o fundamento a partir do qual o ideal profissional naquela atividade ser perseguido.

- O Papel dos Exemplos Morais
O aprendizado moral não consiste primariamente no aprendizado de regras, mas na aquisição de exemplos pertinentes. Um modelo adequado pode ser didaticamente mais efetivo do que um conjunto de máximas comportamentais. Os conflitos e ambiguidades estão no cerne da abordagem baseada no agente. Esta é a razão pela qual a habilidade de fazer bons julgamentos morais é tão crítica e o conhecimento através da observação de exemplos, dentro de um sistema organizacional que alimenta tal conhecimento, é crucial.

Ética da Virtude e o Profissional de Finanças

Segundo o autor, a ética da virtude fornece o que nos é fundamentalmente mais necessário: um objetivo ou ideal em nossa vida profissional. Afirma que para buscar esse ideal há dois princípios fundamentais:

- Ver a profissão como uma prática;
- Nessa prática buscar o “bem interno” acima de todo o resto;

Os atributos da profissão para que esta seja uma prática:

- Deve estabelecer seus próprios padrões de excelência e ser em parte definida por eles:
- Deve ser dirigida ao objetivo (teológica);

Os atributos dos “bens internos” dentro dessa prática:

- Serem únicos àquela atividade;
- Serem ilimitados
-Serem intangíveis; não podendo ser simplesmente definidos, quantificados ou matematicamente enumerados.

Segundo Dobson, deve-se ensinar aos profissionais a superioridade inerente dos “bens internos” em oposição aos “bens externos”; e fazê-lo ver que não são seres atomísticos, mas parte de uma prática profissional. Os credos existem nas corporações para disseminar tal ética pessoal. Ao invés de apresentar a ética como uma restrição ao comportamento, um código corporativo baseado na ética da virtude enfatiza o papel da excelência moral como um objetivo. Em suma, tal ética coloca a virtude acima do ganho material. Por serem os códigos de ética corporativos insuficientes para garantir uma conduta ética; os programas de treinamento são essenciais.
  



BIBLIOGRAFIA

-Livro: Fundamentos de Ética Empresarial e Economia
Autores: Maria Cecília C de Arruda, Maria do Carmo Whitaker e José Maria Rodrigues Ramos – 2ª Edição – Atlas

- Sites: www.google.com.br / www.youtube.com