quarta-feira, 25 de junho de 2014

EM BUSCA DO NADA EM UM MUNDO ONDE DESEJAMOS TUDO


Hoje, diante a minha estupidez em relação ao mundo e inabilidade em entender, sob certo aspecto, o comportamento e a vida humana, fiquei seriamente enfermo da mente e tortuosamente fui em busca de um trilho ideológico como tentativa de melhor entender o mundo e as pessoas. 

A verdade é que sempre estive patologicamente em busca de um autorretrato que permitisse ver, em antecipação, a descontinuidade das minhas convulsões ideológicas. Agora, completamente envolvido por uma luz etérea, deixo-me entregar com fervor aos meus pensamentos mais genuínos. E indubitavelmente percorro entre emaranhados de pontos reflexivos e chego incansavelmente aos mesmos questionamentos.

Nesse mundo da chantagem do entretenimento tecnológico onde tudo é rápido, superficial, anestésico, todos parecem sofrer quase que compulsoriamente da falta de dignidade intelectual. Sem criatividade ou medo de arriscar, parece que todos estão terrivelmente obscurecidos pelo delírio esquizofrênico das massas, estão hipnotizados pela luz do eletroeletrônico de conteúdo raso e sem propósito da timeline de qualquer rede social, ficam enfraquecidos pela rotina de todos os dias, pintando o asfalto sem paciência com suas luzes vermelho/amarela ao retornarem para suas casas. E ainda parece que foram dolorosamente depreciados pelas escadas mecânicas e largos corredores de pessoas entrando e saindo freneticamente dos estabelecimentos com sorrisos nos rostos como se a realidade que se encontra atrás dos muros climatizados não estivesse em profunda consternação.
 
Certamente, são poucos os que percebem o desenho dramático de suas vidas e questionam se tudo isso é verdadeiramente o nada.

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