Colégio Portinari. 1997. Prosa poética. Me lembro da professora Luzana, na oitava série, falando do lirismo e da subjetividade necessárias para a composição do poema, que na maioria das vezes é estruturado em versos. Versos. Seriam versos uma frase sobre a outra? seria a prosa uma frase ao lado da outra?
Não sei.
Nunca consegui fazer poesia. Mas em idos de 2007 passei a ter prazer de imprimir no papel a tradução em palavras na exata ordem em que elas apareciam no caleidoscopio mental. Esse texto, que exponho abaixo, é a foto impressa do meu psiquismo em reflexão sobre meu aniversário. Vejo beleza na poesia em forma de prosa. Estrutura? que nada. Subjetividade e lirismo. Com certeza. Enjoy.
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Eu era, eu é, eu fui.
Muito pobre, certas veredas da aldeia. Medeia. Medeia a mea culpa.
Os gigantes têm os diálogos com os anjos. Simples fossem, tocas garantidas, medos perdidos, sortes achadas.
Meio assim, meio nada. Totalmente solto, totalmente vaga.
Peso, cor, vida, age, vive.
As cores se fundiram, no sol do meio dia, fazendo a vida anoitecer em sonhos reais. Nunca tive, sou a paz.
O amor e a fusão. Choram frente aos calendários, formigas subindo a montanha.
Pois bem. Vieram as punhaladas.
Punhaladas e punhaladas. Absorta de tantos tropeços, empecilhos e batalhas, finalmente caiu. Sucumbiu. Não percebeu que, amparada pelas próprias mãos invisíveis, ganhou a estrada dos novos arreios.
E assim foi. Voltei. Cheguei. O portão. Estou aqui.
Meus meninos. Meninas, moça, anciã. Nunca vã.
Onde estão teus carros? porque teu sorriso se abre tão negro pelos dentes alvos? Porque tua lupa nos abraça com o ímpeto da febre em seu antro dia solar? porque tua culpa?
Método. Apelido. Cães. Toca. Estuda, estúdio, foca.
Febre. Cabra da roca.
Desperta-me a estrada da vida escolhida. Mais uma vez, mal sabia o que me esperava o destino. Escolhas. Próprias. Proprietário. Ethos. É belo saber que és uma câmara única diante dos monitores do universo. Exclusivo e separado. Belo e atrasado. Vida.
O dia amanheceu azul. Sempre!
- Tua vida é linda
- Meu filho.
- Os dois são meus melhores amigos.
- Nunca vou ser assim.
- O que te trás aqui?
Minha alma charruas fadas beligerantes dos novos destinos. Não o controla, não o é. Ser bem, como quer. Ele vestem, ele vive, ele chora, ele parte, ele ama. Todos por um. Todos em um.
São e forte, zero e um. Logica analógica, britas digitais.
Ordem e cais.
Eu. Sou. Só. Vivo.
Outro homem, outra vida, nunca diferente daquele que precisa.
Parabéns para mim!