domingo, 18 de setembro de 2011

Lobo Mau, Música, Ídolos e Poder

“Lobão é um cara polêmico”, “É um louco”, “Lobão adora falar mal de todo mundo”, “Lobão é arrogante”. Essas são apenas umas das poucas “verdades universais” que o senso comum possui de opinião sobre Lobão. Quem geralmente fala uma dessas frases decerto desconhece o trabalho maravilhoso e rico de João Luís Woerdenbag Filho e teve sua opinião formada superficialmente por mídias que viveram um embate intenso com ele. O livro “50 anos a mil” é uma autobiografia, e como tal, me deixou um tanto quanto receoso nas primeiras páginas que li. Não por ser sobre Lobão, mas porque geralmente autobiografias são perfumadinhas e sem defeitos. Ao passo que fui adentrando nesse universo niilista e explosivo da história de Lobão fui me desarmando, pois percebi que a hipocrisia passa longe das verdades que eram narradas sobre sua ótica canina. Além de sua infância superprotegida de sua mãe e sua adolescência “rock’n’roll meio non-sense”, pude conhecer um cara de uma sensibilidade aterradora, capaz de tecer comentários sublimes sobre fatos cotidianos impressionantes. Tive uma empatia imediata pela alma de um artista tão intenso. Paralelo à leitura deste livro fui ouvindo disco a disco, um por um, mergulhando música a música, para enfim perceber a grandiosidade de sua obra.

Além as músicas de “lado A” que muitos de nós cantarolamos a todo instante (como Me Chama, Corações Psicodélicos, Canos Silenciosos, Vida Louca Vida, Essa noite não, etc.), foram as músicas escondidas, as de lado B que realmente me pegaram pela alma. Em especial o disco “A vida é doce” é um disco simplesmente maravilhoso e que possuiu um orçamento baixíssimo. Me custa acreditar que uma obra de arte tão intensa tenha sido composta ao lado de um enfermeiro. Além da música homônima (que pra mim é a mais linda que ele já criou na vida) a belíssima “Uma delicada forma de calor” cantada com Zeca Baleiro é uma daquelas músicas de te tocar no seu âmago mais doce, uma música que te faz sentir um abraço numa noite fria. Impressionante.

Os cinco anos sem compor foi um divisor de águas impressionante na carreira de Lobão. É muito delicioso curtir a evolução de roqueiro agressivo e inteligentíssimo para um roqueiro poeta e sublime. Vale a pena ouvir toda a discografia de Lobão, se apaixonar por umas músicas, detestar tantas outras, se incomodar, se deixar levar, sentir a atmosfera que cada compilação traz em sua essência.

Como ponto negativo deixo registrado a minha grande discordância sobre a opinião dele sobre drogas. Ainda acho que elas não trazem absolutamente nada de positivo para ninguém (sou careta com orgulho nesse aspecto). “A vida é doce, depressa demais...”


Outra autobiografia que li e mudou muito minha maneira de enxergar o business da música foi “Música, Ídolos e Poder – do vinil ao download” de André Midani. Ele foi o homem todo poderoso da indústria fonográfica brasileira, um “gringo” que capitaneou a música brasileira por mais de 40 anos possibilitando e conduzindo o surgimento e a gravação da Bossa Nova, da Tropicália, da nata da MPB e do rock nacional. Uma pessoa com uma visão ímpar da música enquanto arte, característica que mostra-se ausente em praticamente todos os empresários do mundo da música atual. Sua trajetória confunde-se com a trajetória da época áurea do disco e da música popular brasileira – incluindo aí o rock nacional –, mas é, principalmente, um retrato de uma época onde as grandes realizações e criações eram movidas pela paixão, pela música do acaso, pela crença de que a indústria da música era “a indústria da felicidade humana” (sim! Foi exatamente daí que nós tiramos o nome do segundo disco da Elipê). Onde líderes e executivos criativos eram incentivados e aos poucos foram perdendo poder para os tecnocratas que se apossaram de quase tudo por serem pretensamente mais capazes de lidar com a parte suja do entretenimento: o lucro.

Nesse ponto ele conta como foi o início do jabá, lá na década de 70 quando o Pink Floyd lançou o disco “The Wall”. O grupo resolveu que não ia pagar jabá. De repente o disco estava em todas as vitrines dos Estados Unidos e não tocou nenhuma vez no rádio. Então eles aceitaram fazer o pagamento e os donos de emissoras de rádio perceberam o poder que tinha nas mãos. Foi o início da derrocada...

Outro ponto alto do livro é a sua explicação sobre artistas que alcançam o sucesso no primeiro disco. Segundo Midani a maioria dos artistas que viam seu primeiro hit se realizar precocemente deixava que o dinheiro e a fama subissem para a cabeça e isso os tirava totalmente o vigor criativo. O ideal segundo sua ótica era: o primeiro disco deveria apresentar o artista ao público e ser pouco trabalhado. Esse quase sempre dava prejuízo à gravadora. O segundo disco praticamente se pagava ou dava um pequeno prejuízo, mas já servia para o artista começar a se entender enquanto compositor, cantor, músico, enfim. Apenas no terceiro disco o sucesso vinha com força: aí além de o artista estar seguro de sua veia criativa e com maturidade para encarar o sucesso, o disco traria lucros que pagavam os dois anteriores. E ele deixa bem claro sua mágoa em ver a derrocada das gravadoras, que buscam incessantemente o “sucesso do verão” para sugar enquanto der e depois partir para a próxima. Vocês já perceberam a quantidade de bandas da década de 80 que realmente estouraram no terceiro disco? Titãs (Cabeça Dinossauro), Paralamas (Selvagem), Legião (Que país é este), queria até inserir Lobão nessa lista mas ele já tinha estourado “Me Chama” no segundo disco “Ronaldo foi pra guerra”. Se você procura respostas como “O sucesso estraga o artista?” (como questionou meu querido Puro Espírito no post sobre Alanis Morissette) eu indicaria esse livro interessantíssimo do querido André Midani para você formar suas opiniões.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A genuinidade dos anuros


Muito bem amigos! Chegou a hora de descer no porão, abrir o baú, sacudir a poeira e resgatar pérolas sonoras perdidas ao longo das décadas.

Abro o baú para apresentar uma banda de hard rock de primeira linha, mas não muito conhecida aqui no Brasil. Pouco se sabe a respeito da história da banda TOAD. A única coisa que sei é que os caras vêm da terra do chocolate (Suíça) e foi formada pelos ex-menbros do Brainticket (sou louco por essa banda. Sonoridade prog experimental anos 60) no início dos anos 70.

Inicialmente, o TOAD contava com Casimo Lampis (batera,vocais); Werner Froehlich (baixo, vocais); Vic Vergeat (guitarra, vocais) que assumiu a liderança da banda depois que o vocal original (Benj Jäger) deixou a banda.

O primeiro disco de 1971, que leva o nome da banda (um dos álbuns mais procurados pelos aficionados em hard setentista), é uma pedrada na testa! Profusão de guitarras, solos e riffs, tudo acompanhado de contrabaixo marcante e criativo além da mão forte do batera, e vocais rasgados na medida. Tudo isso ao longo do disco vai levando o ouvinte ao orgasmo sonoro. Além disso, a engenharia de som de todo o álbum é do lendário Martin Birch que, posteriormente, ficou famoso por produzir bandas como Deep Purple, Black Sabbath e Iron Maiden.

Esse é o bom e velho rock n' roll com aquela roupagem de alta voltagem da década de 70. Riffs potentes com bastante fuzz passeando pelos alto-falantes e solos a volume cavalar com algumas pegadas de hard blues acidificado no saturado apito das válvulas dos amplificadores. É como um soco no estômago! Pauleira total!

Infelizmente a sonoridade desses caras ficou restrita aquela época, mas é sempre gostoso e importante resgatar esses registros maravilhosos. Tenham certeza que o meu baú de velharias ainda será aberto por muitas vezes aqui no Chocolate e outras coisas... Enjoy!


Toad - Pig's Walk

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ela ERA Revoltada!

Por onde anda Alanis Morissette.?

“You live, you learn, You love, you learn”(Alanis Morissette)

Agora partimos para o Canada!! :D...vamos falar desse fenômeno chamado Alanis Morisstte, ué mais porque fenômeno? Vcs devem estar se perguntando, simplesmente pq esta hoje senhora de 37 anos em 1996 com apenas 22 anos assombrou o mundo da música com um álbum autobiográfico onde contava todas as suas experiências sexuais e não sexuais e botava pra fora todos os seus medos, se tornando a voz de todas as adolescentes do mundo inteiro!!

A garota revoltada do canada foi um fenômeno, Alanis entrou no Guiness Book com o CD Jagged Little Pill como o álbum de estreia mais vendido no mundo por uma cantora estreante: quase 30 milhões de cópias. Venceu tudo que tinha pela frente, ganhou 5 grammys com o seu álbum de estreia e teve 5 musicas no topo da billboard.

E então veio o sucesso (que droga!) e a garota revoltada pirou de vez!. Alanis teve problemas com drogas, problemas de relacionamento entre os membros da banda, naquela época Alanis namorava com seu baterista e atual Foo Fighters Taylor Hawkins e eles terminaram, o ótimo guitarrista Jesse Tobias pediu pra sair, enfim a coisa começou a desandar (Maldito sucesso!).

Depois de uma mega turnê de sucesso absurdo,o mundo ficava na expectativa para o próximo álbum, a pressão era enorme, seria o próximo álbum tão bom quanto o primeiro? a pressão foi tanta que a Alanis deu tilt! rsrsrs ela não suportou a pressão e foi se refugiar na índia buscando uma paz interior, uma paz espiritual. Pois bem ela voltou em 1998 com o álbum Supposed Former Infatuation Junkie (nome da porra..fale rápido 3 vezes.. e com uma cream cracker na boca!), que na minha humilde opinião não foi bom e só mostrou que a garota revoltada que todos gostavam, INCLUSIVE EU: D, não existia mais...parece que o sucesso mais atrapalhou do que ajudou, ela ficou pop e não tinha mais a mesma revolta que a fez se destacar, a partir dai os álbuns que se sucederam não foram nem de longe sombra do maravilhoso Jagged Little Pill.

VEJAM A CLARA DIFERENÇA.. DA ALANIS REVOLTADA E DA ALANIS APÓS O MALDITO SUCESSO!.




Bom e hoje como anda a garota revoltada, ou no caso senhora revoltada rsrsrs, Alanis esta com 37 anos é casada com o rapper Mario Treadway e tem um filho chamado Ever Imre. Desde 2009 não lança nenhum álbum novo, mais continua no mundo da música fazendo canções para filmes como Prince of persia e temas para peças teatrais.